quinta-feira, 31 de maio de 2012

Soneto da Saudade nº I


Desculpa não saber falar ao telefone
Mas a ideia de não te poder abraçar
Me confunde, constrange, me impede de falar
Todas as frases nas quais eu chamo o teu nome

Desculpa, principalmente, não ser conciso
Pois existo em uma confusão frequente
Que se desvanece... imediatamente
Toda vez que eu vejo aquele teu sorriso

Saudade é uma coisa estranha, vista assim
Quando isso que mais se quer é estar junto
Palavras somem... Ironia ambulante

Se faz sentir quando eu me pergunto
Por que o abraço já não é o bastante
E eu te preciso guardar... dentro de mim


M² - 14/04/2012

Soneto da Saudade nº II

Cheia de ti fica minha mente quando desperta.
Ou talvez nem se tenha esvaziado pois estava
Pensando em você no momento em que me deitava.
Hora noturna em que a saudade mais aperta.

Aperta sim, mas como um abraço amigo
De quem tem de ir, mas deseja um instante
A mais, pelo menos (Jamais o bastante!)
Pra ficar. Permanecer e ser contigo.

E embora esse abraço não seja grilhão,
Mordaça, forca ou corrente de qualquer espécie
Não é incomum que se pene em respirar.

Pois longe do chão não raramente acontece
De ter pouquíssimo, um rarefeito ar
E sem ar é difícil ter inspiração.


31/05/2012 - M²

terça-feira, 29 de maio de 2012

Antítese Spenseriana

Talvez, então, não seja eu um poeta
Pequeno que sou, nada tenho de vós
Só a vontade de escrever que me afeta.
Não sei desatar das palavras os nós,
Pequeno que sou, em mim só tenho a voz...
O anseio em ser ouvido.... minimamente,
Sou só vontade de conhecer a nós.
E as linhas que escrevo... um incompetente!
Pequeno que sou, o sou enormemente,
Mesmo assim, incapaz de construir
Em versos as palavras da minha mente.
Pequeno que sou, não as forço sair
De mim, pois basta vê-las livre, poéticas
E não limitadas aos arcabouços da Estética!


29/05/2012 - M²